E
eu que pensava não precisaria mais mexer nestas traquitanas, de repente me vejo
envolvido com um velho (bota velho nisso) PCM-2146 da Philco. São aquelas
coisas que aparecem na vida da gente e não se pode dizer não e assim, com muita
má vontade, lá fui eu abrir a caixa de encrenca.
O
aparelho já tinha sinais de “estupro” explícito, mas parecia ser coisa do
passado e não a causa atual reclamada pelo do: - parou de repente!
Sintoma
clássico: led piscando e o bichinho sem imagem. Não gosto de dizer “não liga”,
pois se “não ligasse” o led não piscaria, não é mesmo?
Se
o led estava piscando era sinal que o micro estava sendo alimentado com seus, indispensáveis,
5 V.
Por
desencargo, fui conferir a tensão e para não ter que remexer no baú à cata do
esquema fui direto ao pino 8 da EEPROM que é por onde entra o tal 5 V que
também alimenta o micro.
A
medição deu 4,9 V indicava que estava OK.
Com
este resultado uma certeza eu já tinha, a fonte não estava morta, embora o + B
e os 20 V estivessem bem baixos.
Lembro-me
vagamente que este chassi tem uma necessidade de que os 20 V existam para tudo
funcionar (não me lembro mais exatamente para que) e ele estava com cerca de 8
V apenas.
Não
teve jeito tive que procurar o esquema. Ainda bem que inventaram a Internet e o
Google. Pronto, em 5 minutinhos já tinha o esquema nas mãos onde pude ver que
havia o C915 na linha dos 20 V. Quem sabe ele não estaria “cansado” da vida.
Saquei-o da PCI e o capacímetro mediu cerca de 200 uF para um capacitor cujo
valor nominal era de 1000 uF.
Ops!
Fiquei animado. Troquei-o na esperança
de me ver livre da encrenca, mas alegria de pobre dura pouco. Não era ele, ou
melhor, não era só ele o culpado.
Entretanto,
valeu a pena trocá-lo, porque agora tínhamos uma coisa nova: - fumacinha. Ótimo,
agora está ficando emocionante.
Ao
ligar o televisor, na série, é claro a lâmpada começou a piscar e apareceu uma
fumaçinha num resistor próximo ao fly back.
Desliguei
tudo e fui conferir que resistor era aquele. Na PCI pude ver pela serigrafia
que era o R715 e seu valor 4,7Ω, ou seja, um fusistor que deveria estar em
série com algum diodo para fazer a retificação de alguma tensão oriunda do fly
back. Este diodo era o D701.
Medindo
o D701, na placa, indicou que estava em
curto. Mais uma vez, alarme falso. Retirado da PCI e medido ele estava ok.
Este
diodo é responsável pelos 180 V que vai para dois lugares: PCI do tubo para
alimentar os transistores dos drivers dos cátodos e o Zener de 33V do
tuner. Cheguei a pensar, por um momento,
que este Zener poderia estar em curto, mas quando vi que havia um resistor de
33 kΩ no caminho desisti desta idéia.
Resolvi
remover a PCI do tubo e .... adivinhe, o curto sumiu.
Averiguando
um pouquinho mais constatei que dois dos três cátodos do tubo estavam em curto
com o filamento.
Se
você olhar bem no esquema verá que o enrolamento do flyback que faz a tensão de
filamento é o mesmo que faz os 180V o que explica o aparecimento do curto no
diodo quando a PCI do tubo estava no seu devido lugar.
Para
tristeza do dono do TV o dito cujo estava condenado, mas eu fiquei contente
porque, convenhamos, é defeito “bonito” não é mesmo?
Por
hoje é só e até sempre.