
Comecemos
pelos dois tópicos mais importantes: tensão e corrente elétrica.
A
primeira coisa que é preciso ficar perfeitamente esclarecida é que tensão e
corrente são coisas totalmente diferentes e muita gente (até alguns
“eletricistas”) confunde e pensa que é a mesma coisa.
Sem
querer fazer muitos aprofundamentos teóricos vamos lembrar que tudo na Natureza
é composto por átomos que por sua vez possuem diversas partículas dentre as
quais, a que mais nos interessa: os elétrons.
Pois
bem, estes tais elétrons quando convenientemente “manipulados” pelo homem é que
irão produzir a chamada “corrente elétrica” que é a base da Eletricidade.
Por
ora fica combinado assim: corrente elétrica
é o fluxo de elétrons.
Mas,
como podemos “manipular” os tais dos elétrons para que eles formem esse fluxo,
como se fossem motoristas bem comportados andando direitinho um atrás do outro?
No
caso dos carros é fácil, basta colocar a polícia na pista, ou seja, usar a
“força”.
Usemos
o mesmo “artifício” com os elétrons, ou seja, uma força que será chamada força
elétrica, mais conhecida por tensão
ou voltagem.
Até
aqui já apresentamos, embora de forma superficial, os dois conceitos
fundamentais da Eletricidade: tensão e corrente.
Será
que você já percebeu que tensão e corrente são “coisas” (os físicos preferem
chamar de grandezas) diferentes?
Então,
prometa que de agora em diante você não vai mais trocar alhos por bugalhos, ou
seja, tensão é tensão e corrente é corrente. Combinado?
Está
tudo bem até aqui? Espero que sim, pois vamos aprofundar mais um pouquinho este
assunto.
Façamos
uma pergunta para você pensar um pouco.
Você
acha que pode existir corrente se não tiver tensão?
Se
você respondeu NÃO, significa que está entendendo tudo.
Caso
tenha respondido SIM, ou seja, que pode existir corrente mesmo que não tenhamos
tensão, você ERROU, mas não fique triste e não desista Isso acontece com muita
gente boa.
Vamos
clarear estas ideias que talvez estejam parecendo um pouco confusas.
Repare
só, não foi dito lá atrás que para os elétrons formarem o fluxo, ou seja, a
corrente é necessário aplicar a eles uma “força” que nós denominamos tensão ou
voltagem?
Conclusão:
só existirá corrente se existir tensão
(tome nota disto e não esqueça jamais).
Outra
pergunta e esperamos que agora você responda corretamente, senão fica
reprovado.
Na
verdade existem duas respostas. Se não
tiver nada ligado na tomada só existe tensão.
Agora,
quando ligamos, por exemplo, um abajur na tomada os elétrons que estão num
buraquinho da tomada irão formar um fluxo, ou melhor, uma corrente, através do
fio, passar pela lâmpada e chegar no outro buraquinho fazendo a lâmpada acender.
Moral
da história: para existir corrente precisamos de duas condições:
1)
Existir
tensão (condição obrigatória)
2)
Ter uma
“coisa” ligada nos dois pontos onde existe tensão (tomada, por exemplo) para
que os elétrons possam formar o fluxo, ou seja, a corrente.
Essa
“coisa” ligada no lugar onde existe tensão vai formar aquilo que se chama de
circuito elétrico ou simplesmente circuito.
Podemos
fazer uma comparação com o corpo humano para ajudar a sedimentar estes
conceitos: - a tensão é o coração e a corrente elétrica corresponde a corrente
sanguínea. Em outras palavras, o coração bombeia o sangue nas veias, assim como
a tensão “bombeia” os elétrons no circuito.
Esperamos
que agora você tenha uma ideia mais clara entre a diferença de tensão e
corrente.
Aliás,
sabe o que a corrente disse pra tensão?
Eu não existo sem você!
Romântico,
não é?
Essa
brincadeira foi para descontrair e fazer você não esquecer mais estes conceitos
e não falar bobagens do tipo “a corrente na tomada é de 110 volts”.
Continuando
nossa “aulinha” passemos para outro tópico: - as unidades de tensão e corrente.
Atribui-se
a Platão (filósofo grego que viveu lá pelo século III a.C) a seguinte frase “os
números governam o mundo”.
Pois
é, então precisamos quantificar o valor da tensão e da corrente, ou seja,
atribuir números a estas grandezas.
Para
identificar que um determinado número se refere a uma determinada grandeza física criou-se uma coisa
chamada Unidade de Medida.
Por
exemplo, se dissermos 5 isso é apenas um número ou uma quantidade, mas se dissermos
5 metros sabemos que estamos falando do comprimento de alguma coisa e que é
diferente de 5 litros pois aí seria o volume de um líquido ou gás.
Palavras
como metro, litro, quilograma, graus Celsius, entre outras, são as Unidades de
Medida. Cada tipo de grandeza física tem uma unidade de medida específica.
A
unidade de medida é uma espécie de sobrenome que vai identificar a que
“família” aquele número pertence.
Sendo
assim precisamos saber quais são as unidades de medida para tensão ou voltagem
e corrente elétrica.
Quase
sempre as Unidades de Medida homenageiam cientistas que trabalharam com uma
determinada grandeza física.
A unidade de tensão é o volt em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta (1745-1827) inventor da pilha.
O
volt pode ser simbolizado pela letra maiúscula V.
Repare bem, quando escrevemos
por extenso (volt) escrevemos com letra minúscula, mas quando usamos o símbolo
este deve ser com letra maiúscula (V).
Isso é um padrão internacional
e no Brasil é regulamentado pelo INMETRO.
Precisamos
“batizar” também a corrente e para tal foi escolhido o ampère, em homenagem ao físico francês André-Marie Ampère
(1775-1836), cujo símbolo é A (maiúsculo).
Quando
você vai comprar um eletrodoméstico, uma geladeira, por exemplo, o vendedor lhe
pergunta: 110 ou 220 V. Ele está lhe perguntando qual a tensão ou voltagem da
rede elétrica da sua casa ou escritório.
Se
você ligar um equipamento fabricado para operar em 110 V numa rede de 220 V ele
queimará.
Entretanto,
se for ao contrário o equipamento não irá funcionar.
Atualmente
muitos equipamentos possuem um sistema que se adapta automaticamente à voltagem
da rede elétrica onde foi ligado.
Mas,
você deve estar se perguntando: - onde entra o ampère nesta história?
O
valor em ampères corresponde a corrente que irá circular nos fios da tomada até
o “relógio” de luz da sua casa.
Geralmente,
este valor de ampères não é informado diretamente pelo fabricante do
equipamento.
Então,
ele não é importante?
Claro
que é importantíssimo, pois se os fios não suportarem a quantidade de ampères
“puxada” pelo equipamento eles aquecerão podendo levar a um curto circuito.
E
por que o fabricante nem sempre informa este valor?
Na
verdade ele informa, mas de outro jeito, através do consumo que é dado por uma
grandeza chamada potência cuja
unidade é o watt e o símbolo é W.
Mas,
esse papo vai ficar para a próxima semana, pois já escrevemos demais.
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Por
enquanto, fico por aqui. Até sempre.
Foi com grande alegria que me deparei com o seu Blog, podendo voltar novamente a beber em fonte tão cristalina..
ResponderExcluirA sequência de artigos sobre o que um técnico de informática deve conhecer sobre eletricidade é bastante esclarecedor. Muito obrigado pelo seu estímulo, disponibilizando o vosso tempo para compartilhar conosco o vosso conhecimento.
Apreciaria muito saber o paradeiro do vosso amigo, o professor Jonas Marques, com o qual me iniciei na área de manutenção de impressoras.
Muito grato por vossa preciosa atenção.
Caro Domingos
ExcluirFica feliz que tenha gostado. Encaminhei seu email para o Jonas.
Sugiro que você faça o seu cadastro no Blog e será informado das novidades.
Abraços e até sempre