Entender
esta diferença é, sem dúvida, outra questão muito importante para todo mundo
nos dias de hoje.
Convivemos
com montes de aparelhos eletrônicos portáteis ou não, e muitos deles precisam
ser ligados à rede elétrica através de uma “caixinha preta” comumente chamada
de adaptador ou carregador de bateria.
Mas
por que certos aparelhos não podem ser ligados diretamente na tomada e precisam
da “caixinha preta” e outros podem?
A
resposta a esta pergunta não é tão simples, mas podemos começar dizendo que, um
dos motivos, é que existem dois tipos de
tensão e por isso, um aparelho que foi fabricado para ser alimentado por um
“tipo de tensão” não pode ser alimentado pelo outro.
Para
matar a sua curiosidade, embora isso ainda não esclareça muito, vamos adiantar
dizendo que um ”tipo” é chamado de “corrente” continua e outro de “corrente”
alternada.
Você
notou nossa a preocupação em colocar a palavra corrente entre aspas?
Saberia
dizer por que fizemos isto?
Muito
simples a resposta; na parte I enfatizamos a diferença entre tensão e corrente
e insistimos em dizer que para existir corrente é necessário que exista tensão.
Em
outras palavras com as aspas estamos querendo chamar atenção para essa confusão
histórica entre tensão e corrente, ou seja, quase sempre se diz corrente quando
se deveria tensão.
Logo
o mais correto seria dizermos tensão
continua e tensão alternada em lugar
de corrente continua e corrente alternada quando estamos nos
referindo a cada um dos dois “tipos” de gerador de energia elétrica.
Com
certeza seria, mas deixemos para lá essas divagações “linguísticas” e partamos para
o que interessa: - definir e entender a diferença entre os dois “tipos” de
tensão que, por conseguinte produzem dois “tipos” de corrente diferentes.

Uma
pilha ou bateria gera tensão graças
a uma reação química que faz com um dos seus terminais tenham excesso de
elétrons e por isso, será chamado de polo
negativo e o outro terminal tenha falta de elétrons e receberá a denominação
de polo positivo.

As
pilhas e baterias, entretanto têm uma limitação não só na corrente (ampères)
que elas podem fornecer, mas também uma autonomia (tempo que podem fornecer
corrente) relativamente pequena.
Esta
autonomia é expressa em ampére-hora (Ah).

Na
verdade ele faz estas perguntas para poder lhe oferecer uma bateria que possua
o número de ampère-hora compatível com o consumo de energia do veículo.
Os
pontos apontados acima nos levam a concluir que pilhas e baterias não seriam
muito eficientes para alimentar residências, escritórios e fábricas.
Esse
fato levou os engenheiros e cientistas a pesquisarem outras formas de produzir
energia elétrica que não fosse por meios químicos.
Entra
em cena um novo ramo da física, o eletromagnetismo, que vai dar uma mãozinha
para resolver esse problema.
Graças
ao desenvolvimento do eletromagnetismo surgiu então outra forma de produzir
energia elétrica que é a utilizada atualmente para residências, fábricas, etc.
Entretanto,
a tensão produzida por este outro processo tem uma diferença fundamental em
relação à produzida pelas pilhas e baterias: - os polos
positivo e negativo ficam se alternando
ao longo do tempo.

Este
tipo de tensão é produzido, por exemplo, nas hidroelétricas e se baseia
essencialmente na rotação de um gerador eletromecânico.
O
número de voltas que o gerador de energia elétrica (tensão) dá em um
segundo será responsável pela alternância nos polos da tensão que o gerador
produz e recebemos nas nossas tomadas de casa.
Este
número de rotações por segundo é chamado de frequência e a unidade para
representá-la é o hertz (Hz).
Ah!
Então é por isso que na etiqueta de muitos aparelhos eletrônicos está escrito
127 V AC, 60 Hz?
Isso
significa que as turbinas das geradoras de energia aqui no Brasil dão 60 voltas
por segundo. Em outros países, como na Argentina, por exemplo, a frequência da
rede elétrica é 50 Hz.
Batizando cada tipo de tensão (ou
corrente)
A
tensão que não apresenta inversão de polaridade como a das pilhas e baterias
foi “batizada” pelos americanos de direct current que findou sendo traduzida como corrente
continua.
Quer
dizer, eles cometeram o primeiro erro chamando tensão de corrente e nós demos
ajudinha traduzindo direct
por continua.
Bem,
o estrago já está feito e agora o jeito é conviver com ele aceitando o termo
esdrúxulo “corrente continua” que costuma ser abreviado por DC ou CC.
Para
a tensão com inversão de polaridade foi dado o nome de alternated current e aí, pelo menos acertaram na
tradução que ficou sendo corrente alternada com as abreviaturas AC ou CA.
Nas
figuras abaixo temos alguns exemplos que ajudarão a esclarecer esta confusão.
Comecemos
observando a figura 1. Trata-se de um adaptador AC/DC,
portanto que recebe (input) tensão
alternada (AC) da tomada da parede que
fornece 110 V e frequência 60 Hz convertendo-a (output) para tensão continua (DC) 4,8 V com capacidade de corrente de 300 mA (mili ampère).
O
adaptador da figura 2 também é para entrada AC de 120 V/ 60 Hz e saída DC 24 V
e corrente 550 mA.
Mas, onde está escrito no adaptador da figura
2 que a saída (output) é DC?
Simplesmente
não está escrito nada. Então como saber se a saída é AC ou DC?

Finalmente
o adaptador da figura 3 é AC/AC cuja entrada pode ser chaveada entre 110 ou 220
V- 60/50 Hz e a saída 9 V AC para 200 mA.
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Figura 1 |
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Figura 2 |
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Figura 3 |
Por que precisamos saber essas
coisas?
A
principal razão para que técnicos de informática ou qualquer mortal precise
entender estas diferenças entre os dois tipos de tensão (ou “corrente”) é a falta de padronização dos equipamentos.
Para
se identificar que tipo de adaptador (caixinha preta) serve para um determinado
equipamento devemos observar diversos itens que iremos enumerar a seguir.
1) O
equipamento funciona com AC ou DC?
2) Qual o
valor da tensão de alimentação do equipamento?
3) Qual o
consumo de corrente (ampères ou miliampères) do equipamento?
4) Se o
equipamento operar com tensão DC precisamos identificar também qual e a
polaridade aceita pelo plug,
pois existem duas possibilidades positivo externamente e negativo internamente
ou vice-versa. Veja as figuras 5 e 6
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Figura 4 |
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Figura 5 |
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Figura 6 |
Na
figura 5 a parte externa do plug corresponde
ao polo negativo e a parte interna ao polo positivo. Esta á configuração mais
usual, entretanto podemos encontrar também a cofiguração da figura 6.
A
falta de observação destes quatro itens e a ligação de um adaptador inadequado
certamente fará com que ele não funcione, mas o que é pior: - poderá queimá-lo.
Com
o avanço cada vez mais rápido da tecnologia até os usuários comuns precisam
entender estes conceitos que deveriam ser ensinados nas escolas.
Afinal
o objetivo da escola moderna não é preparar para a vida?
Se
gostou e foi útil para você deixe um comentário.
Até
sempre.
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